Atividades culturais ocorreram em Curitibanos e na capital Florianópolis.
Por Taina Borges do NCI/TJSC
16/7/2024 — 21h12
A terceira edição do projeto Caminhos Literários no Socioeducativo, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), trouxe uma novidade neste ano. A programação especial promoveu ações em unidades socioeducativas de todo o país. Em Santa Catarina, três tiveram atividades culturais - uma delas, aliás, no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório de Curitibanos. Na unidade da Serra, os jovens homenagearam Nêgo Bispo, escritor, pensador, professor e ativista social, considerado um dos maiores intelectuais quilombolas do país.
Os 14 socioeducandos compuseram e apresentaram uma música sobre a história de vida do Nêgo Bispo, que morreu em 2023, aos 63 anos, no Piauí. O pensador escreveu artigos e livros sobre a história de resistência do povo negro e elaborou o conceito de contracolonialismo. Ele também integrou o projeto Caminhos Literários no Socioeducativo. Este, inclusive, foi um dos pontos levantados pelos organizadores da ação para escolha da programação local e para subsidiar os participantes compositores.
A coordenadora do Case de Curitibanos, Débora Aparecida Mendes dos Santos, explica que diversas pessoas se envolveram nas atividades. A composição da obra, explica, ocorreu sob orientação do professor Vladimir Araújo e da bolsista Camila Shimitt, da UFSC, que tem um projeto de extensão na unidade. As professoras Marilei Dolberth, Dara Damiana Guanais e Dianete da Rosa promoveram outras atividades nesse trabalho, como acesso a um museu virtual. O empenho de cada um foi ressaltado por Débora. “Todos foram muito proativos e o resultado foi um evento de excelência”, resumiu.
A juíza Camila Reis Rettore, substituta na Vara da Família, Infância e Juventude da comarca de Curitibanos, acompanhou os adolescentes nas atividades locais do evento, que apresentou o tema “O que pode a cultura no Sistema Socioeducativo?”. “Os adolescentes afirmaram, cantando, que a cultura no socioeducativo pode resgatar seus sonhos e sua voz”.
Para a magistrada, foi gratificante testemunhar o empenho dos adolescentes, da coordenação do Case e dos professores. “O programa reafirma que a cultura é direito de todos e deve estar presente no processo socioeducativo como ferramenta de transformação social, ampliando horizontes e mudando histórias de vida”, conclui.
Além do Case de Curitibanos, a Central de Internação Feminina e o Centro de Atendimento Socioeducativo, ambos em Florianópolis, tiveram atividades lúdicas e jogos teatrais para improvisações cênicas que estimulam a imaginação e criação literária. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site do CNJ.