O estado estará sendo representado por nove atletas de um total de 280 participantes que integram a delegação brasileira.
28/8/2024 — 00h39
A 17ª edição dos Jogos Paralímpicos de Verão começa oficialmente nesta quarta-feira, 28, com a cerimônia de abertura na Praça da Concórdia, em Paris, na França, a partir das 15h (horário de Brasília), e as competições seguirão até o próximo dia 8 de setembro, quando está previsto o encerramento no Stade de France.
O Brasil estará participando com uma delegação recorde para um megaevento fora do país com um total de 280 atletas, sendo 255 esportistas com deficiência; 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo); três calheiros da bocha; dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Ao todo, o país estará disputando 20 das 22 modalidades previstas nos jogos, ficando de fora apenas das disputas do basquete e rúgbi, ambos em cadeiras de rodas, pois acabou não conseguindo se classificar.
Dos 27 estados brasileiros, 25 tem algum paratleta na delegação, sendo que São Paulo é o que lidera disparado na frente com um total de 71, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro, ambos com 22; Paraná com 20; Rio Grande do Sul com 13; Distrito Federal com 10. Santa Catarina aparece na sequência com um total de nove atletas.
Abaixo, você confere um pouco mais sobre cada um, divididos por modalidades:
ATLETISMO
- CAMILA MULLER (@atletacamilamuller)
Nascimento: 29/12/2024
Cidade: Florianópolis
Classe: T11 (Deficiência visual)
História: Tem deficiência visual congênita causada por uma retinocoroidite. Começou a praticar o atletismo quando tinha 19 anos quando buscava a prática de algum esporte apenas para perder peso. Em 2024, foi reclassificada de T12 para T11. Atualmente, compete pela cidade de Biguaçu, na Grande Florianópolis, município em que foi a primeira atleta com deficiência de alto rendimento.
Principais conquistas: Ouro nos 1500m no Grand Prix de Nottwill 2022; e ouro no Open Internacional de atletismo 2024; campeã brasileira nos 1500m em 2023.
- EDENILSON ROBERTO FLORIANI (@edenilson_floriani)
Nascimento: 26/05/1990
Cidade: Joinville
Classe: F42 (Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese)
História: Em 2011, Edenilson sofreu um acidente de trânsito que causou uma atrofia no joelho e articulação de quadril do lado esquerdo. Começou no esporte em 2016. Sua noiva era estagiária na secretaria de esporte e lhe apresentou o esporte paralímpico. Edenilson é o atual recordista mundial no lançamento de dardo.
Principais conquistas: Ouro no arremesso de peso e lançamento de dardo nos Jogos Parapanamericanos de Santiago 2023; bronze no arremesso de peso no Mundial de Paris 2023; ouro no lançamento de dardo e arremesso de peso no Aberto da Colômbia 2018.
- SUZANA NAHIRNEI (@suzananahirnei)
Suzana Nahirnei durante o Campeonato Mundial de Atletismo em Paris 2023. (FOTO: ALESSANDRA CABRAL / CPB) |
Nascimento: 14/07/1994
Cidade: Blumenau
Classe: F46 (Deficiência nos membros superiores)
História: Suzana tem má-formação congênita no braço esquerdo. Conheceu o esporte paralímpico em uma associação para pessoas com deficiência física e começou no atletismo após um convite dos técnicos da modalidade.
Principais conquistas: Ouro no arremesso de peso e lançamento de dardo no Grand Prix de Nottwil 2022.
HALTEROFILISMO
- EZEQUIEL DE SOUZA CORREA (@ezequielcorreazico)
Nascimento: 23/10/1987
Cidade: Tubarão
Categoria: Até 72 kg (masculino)
História: Tem baixa estatura devido à má-formação dos membros inferiores. Em 2014, iniciou os treinos no halterofilismo em 2015, após convite de técnico em São Bento do Sul, no Norte catarinense. Tem hemimelia fíbular, uma má-formação congênita da fíbula, osso longo na parte inferior da perna.
Principais conquistas: Bronze na categoria até 72 kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; prata na Copa do Mundo de Dubai 2022 e ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
NATAÇÃO
- MATHEUS RHEINE CORREA DE SOUZA (@matheusrheine)
Nascimento: 10/12/1992
Cidade: Brusque
Classe: S11 (atletas com deficiência visual)
História: Matheus nasceu prematuro, com 6 meses e meio. Na incubadora, a falta de oxigenação causou um problema na retina, conhecida como Retinopatia da Prematuridade. A família tentou algumas cirurgias, mas não obteve resultado. Foi chamado em 2009 para a primeira competição internacional de jovens nos Estados Unidos.
Principais conquistas: Ouro nos 400m livre e no revezamento 4x100 livre 49 pontos e prata nos 50m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; ouro no revezamento 4x100m medley e bronze no revezamento 4x100m medley no Mundial de Manchester 2023; ouro no revezamento 4x100m livre no Mundial de Portugal 2022; ouro nos 400m livre, prata nos 50m livre e nos 100m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; bronze nos 400m livre nos Jogos Parapan-Americanos Rio 2016; ouro nos 50m e 100m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015; prata nos 100m e nos 400m livre no Mundial de Glasgow 2015; prata nos 400m livre e bronze nos 100m livre no Mundial de Montreal 2013; prata nos 50m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011.
- TALISSON HENRIQUE GLOCK (@talisson.glock)
Nascimento: 23/02/1995
Cidade: Joinville
Classe: S6 (atletas com deficiência físico-motoras)
História: Talisson foi atropelado aos nove anos por um trem e perdeu o braço e a perna esquerdos. Seis meses depois, foi convidado para participar do Centro Esportivo para Pessoas Especiais (CEPE). Em 2004, passou a se dedicar aos treinos de natação. Em 2008, competiu em alguns torneios e, em 2010, foi chamado para integrar a Seleção Brasileira de natação.
Principais conquistas: Ouro nos 100m livre, 400m livre e no revezamento 4x100m livre 34 pontos, prata nos 200m medley e bronze nos 100m costas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; ouro nos 400m livre, prata nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre e bronze no revezamento 4x100m livre no Mundial de Manchester 2023; bronze nos 200m medley e nos 400m livre no Mundial da Ilha da Madeira 2022; ouro nos 400m livre e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x100m livre, prata nos 100m costas e nos 200m medley, bronze nos 50m livre e nos 100m livre no Parapan de Lima 2019; ouro nos 100m costas, prata nos 50m borboleta e bronze nos 200m medley no Mundial do México, em 2017; prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 200m medley nos Jogos do Rio 2016; ouro nos 100m costas, prata nos 400m livre, prata nos 50m borboleta, bronze nos 50m e 100m livres no Parapan de Toronto 2015; prata nos 100m costas e 200m medley no Mundial de Glasgow 2015; prata nos 100m livre e 200m medley no Mundial de Montreal 2013; ouro nos 100m costas no Parapan de Guadalajara 2011.
TÊNIS DE MESA
- BRUNA COSTA ALEXANDRE (@bruninha_alexandre)
Nascimento: 29/03/1995
Cidade: Criciúma
Classe: 10 (atleta andante com deficiência física)
História: Aos seis meses de vida, Bruna foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada. A jovem começou no tênis de mesa aos 12 anos, influenciada pelo irmão. Até 2009, competiu em torneios para atletas sem deficiência. Em 2024, tornou-se a primeira atleta paralímpica brasileira convocada para uma edição de Jogos Olímpicos.
Principais conquistas: ouro nas duplas e bronze no individual no Mundial da Espanha 2022; prata no individual e bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; bronze no individual e por duplas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; bronze no individual e por equipes no Mundial da China 2014.
Cidade: São Bento do Sul
Classe: 9 (atleta andante com deficiência física)
História: Danielle descobriu, aos quatro anos de idade, que sofre com artrite reumatóide juvenil — doença que causa atrofia nos músculos e degenera articulações — e passou a controlar com medicação. Começou a jogar tênis de mesa na escola, aos nove anos, com pessoas sem deficiência. Em 2013, foi convocada para a Seleção Brasileira pela primeira vez.
Principais conquistas: Ouro no individual feminino pela classe 9 e nas duplas WD14-20 (femininas) e XD20 (mistas) nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; bicampeã nos Jogos Parapan-Americanos (Lima 2019 e Toronto 2015) e bronze por equipes na classe 6-10 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
TÊNIS EM CADEIRAS DE RODAS
- YMANITU GEON DA SILVA (@ymanitu)
Nascimento: 23/04/1983
Cidade: Tijucas
Classe: Quad (aletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo)
História: Ymanitu sofreu um acidente de carro em 2007 e ficou tetraplégico. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeiras de rodas e se encantou, a qual passou a dedicar-se profissionalmente. Já são 56 títulos na carreira e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams da modalidade, tendo conquistado os vice-campeonatos de duplas em Roland Garros 2022 e no Australian Open 2023. Esta será a sua terceira participação nos Jogos, após disputar no Rio 2016 e em Tóquio 2020.
Principais conquistas: Prata nas duplas masculinas nos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023; bronze na categoria quad do Campeonato Mundial de Portugal 2022; vice-campeão nas duplas em Roland Garros 2022; quinto lugar nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016; e ouro no individual e prata nas duplas no Campeonato Sul-Americano Chile 2014.
Brasil nos Jogos Paralímpicos na história
O Brasil tem um total de 372 medalhas conquistadas em jogos paralímpicos, em 11 participações. Está a 27 da quatrocentésima medalha. A primeira vez que o país foi ao pódio foi na edição de Toronto, no Canadá, em 1976, quando Luiz Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida ficaram com a prata no Lawn Bowls (parecido com a bocha, porém disputado na grama).
A melhor campanha do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi na última edição, disputada em 2021 em Tóquio, no Japão, quando chegou em sétimo no quadro geral de medalhas com 22 de ouros, 20 de prata e 30 de bronze, totalizando 72 medalhas, mesma quantidade da Rio 2016, porém, com mais ouros. Na história, o Brasil tem 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, sendo que o atletismo (170 medalhas - sendo 48 de ouro); natação (125 medalhas - sendo 40 de ouro) e o judô (25 medalhas - cinco de ouro) são as modalidades que mais garantiram pódio.
Onde assistir?
Os Jogos Paralímpicos terão transmissão na TV por assinatura, através do sportv. A TV Globo também é a detentora, mas exibirá boletins diários durante a programação e exibirá um compacto dos melhores momentos da cerimônia de abertura, nesta quarta-feira, logo após o Jornal da Globo.