Apresentador e empresário estava internado no hospital Albert Einstein desde o início do mês de agosto, e morreu, na madrugada deste sábado (17), vítima de broncopneumonia causada por uma infecção por Influenza H1N1.
17/8/2024 — 15h00
A TV, a comunicação e todo o país está de luto. Morreu na madrugada deste sábado, 17, o apresentador e empresário Silvio Santos, aos 93 anos. Ele estava internado desde o início do mês no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte foi uma broncopneumonia causada por uma infecção de Influenza H1N1. As informações foram divulgadas pelo SBT, emissora da qual Silvio era proprietário, nas redes sociais.
"Hoje o céu está alegre com a chegada do nosso amado Silvio Santos. Ele viveu 93 anos para levar felicidade e amor a todos os brasileiros. A família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria", diz a nota divulgada pela emissora.
A família Abravanel publicou uma nota na qual informa que não será realizado velório público, assim cumprindo um desejo que o próprio Silvio Santos expressou em vida, seguindo os ritos judaicos.
Trajetória: de camelô para o sucesso na TV e nos negócios
Nasceu no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1930, com o nome de batismo como Senor Abravanel. Filho de imigrantes judeus, era o mais velho de seis filhos. Dono de uma voz e risada marcantes, começou a trabalhar aos 14 anos como camelô no Centro do Rio, onde vendia capinhas plásticas para documentos. Foi pego por um fiscal da prefeitura, que enxergou talento no vendedor, Abravanel foi levado pela primeira vez para fazer teste numa rádio. Começava aí a carreira de comunicador.
Na década de 1950 se mudou para São Paulo onde passou a trabalhar como locutor Rádio Nacional, na mesma época em que assumiu a empresa Baú da Felicidade, do amigo Manuel de Nóbrega — pai de Carlos Alberto de Nóbrega. Na década seguinte, passou a apresentar programas televisivos na antiga TV Paulista, posteriormente adquirida pela TV Globo. Seus primeiros programas foram o "Vamos brincar de forca".
Na década de 1960 tem início o programa com seu nome na TV Globo, o "Programa Silvio Santos", que inicialmente era exibido apenas para São Paulo, mas posteriormente se tornou em rede. O programa tinha oito horas de duração e tornou o apresentador uma das estrelas da TV brasileira.
Em 1975, uniu de vez as carreiras de apresentador e de empresário, quando conseguiu a outorga de um canal de TV no Rio de Janeiro, onde surgiria a TVS, embrião do que viria a ser o SBT em 1981.
No dia 19 de agosto de 1981, recebeu as outorgas de outras emissoras no país e assim fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), no qual apresentou programas que fizeram história na televisão brasileira como o "Show de Calouros" (1976-1996), "Porta da Esperança" (1984-1996) e "Topa Tudo por Dinheiro" (1991-2001). Silvio passava várias horas no ar todos os domingos, recebendo pessoas comuns que participavam de gincanas variadas, geralmente em troca de pagamento em dinheiro.
Além do SBT, Silvio Santos construiu um império de negócios em vários segmentos como a Liderança Capitalização, responsável pela emissão da Tele-Sena, a TV Alphaville que oferece planos de TV por assinatura, internet de banda larga e telefonia; Sofitel Guarujá Jequitimar, um complexo de hotelaria na cidade litorânea do Guarujá, na baixada santista, SiSAN Empreendimentos Imobiliários, que controla todos os imóveis do grupo Silvio Santos, e a Jequiti, empresa do ramo de cosméticos.
Segundo a Forbes, atualmente o patrimônio avaliado de Silvio Santos era de R$ 1,6 bilhão. Silvio Santos entrou para o ranking dos mais ricos do Brasil em 2013, na época com uma fortuna avaliada em R$ 2,3 bilhões, sendo a primeira personalidade famosa a entrar para lista no país.
Política e polêmicas
Em 1989, Silvio Santos tentou concorrer à presidência da República, na primeira eleição direta após a ditadura, mas sua candidatura foi questionada pelos demais partidos e não foi aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As eleições acabaram sendo vencidas por Fernando Collor.
Em 2001, viveu um ano conturbado e de extrema exposição pública. Foi homenageado pela escola de samba Tradição, no carnaval carioca e, em agosto, viveu o sequestro da filha Patrícia Abravanel e, na sequência, o dele próprio, que só terminou com a presença do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Em 2010, enfrentou um rombo bilionário nas contas do Banco Panamericano, uma de suas empresas, que acabou tendo o controle vendido para o BTG Pactual.
Silvio Santos deixa a esposa Íris, duas filhas do primeiro casamento com Maria Aparecida, a Cidinha, são elas Cintia e Silvia, e outras quatro filhas, com Íris, são elas: Daniela Beyruti, Patrícia, Rebeca e Renata Abravanel, além de netos e bisnetos.
*Com informações do SBT, g1 e Agência Brasil