12/05/2024 — 22h45
O governo do Estado divulgou a situação do setor de logística e transportes diante das inundações que atingiram o Rio Grande do Sul. Apesar de todas os problemas ocasionadas pelas chuvas, que dificultam o trabalho das equipes nas rodovias estaduais, até o momento mais de 40 trechos de pelo menos 20 estradas já foram liberados.
Confira abaixo um levantamento completo da situação das estradas administradas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR); dos terminais de responsabilidade da Portos RS; e das travessias e dos aeroportos administrados pela Secretaria de Logística e Transportes (Selt).
Estradas
No pior momento desde o começo das chuvas, foram 170 pontos de bloqueios de 79 rodovias em 97 municípios nas rodovias estaduais do Rio Grande do Sul. Até a tarde deste domingo (12/5), são 97 trechos com bloqueios totais e parciais em 53 rodovias. Os trechos incluem estradas, pontes e trajetos por balsas.
Obras em pontes, viadutos, passarelas e túneis também foram muito afetadas. Apenas para esses casos, um relatório preliminar do Daer estima os valores necessários para a recuperação em quase R$ 230 milhões.
“O governo do Estado trabalha incansavelmente para desobstruir as rodovias, sempre prezando pela segurança e pela trafegabilidade de usuários e motoristas”, destaca o titular da Selt, Juvir Costella.
Mapa interativo auxilia população
Diante da evolução dos problemas causados nas rodovias, foi necessário pensar em uma ferramenta que permitisse o acompanhamento dos bloqueios em tempo real. Assim, surgiu o mapa interativo, que reúne as informações coletadas pelo Daer, pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A iniciativa permitiu o levantamento dos pontos com bloqueios em rodovias. Os dados são atualizados, em tempo real, pelos órgãos rodoviários em conjunto com o Waze e o Google. Além dele, foi criado outro mapa, sobre rotas alternativas para os motoristas.
“Graças a essa integração, foi possível criar os mapas que estão orientando as pessoas”, destaca o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino.
EGR avança na liberação de rodovias
Na área administrada pela EGR, apenas dois trechos permanecem totalmente bloqueados por conta de danos estruturais: no km 70 da ERS-130, entre Lajeado e Encantado, onde a ponte sobre o Rio Forqueta desabou; e no km 88 da ERS-129, em Muçum, devido ao desmoronamento da pista.
Para esses casos, a EGR já trabalha na preparação das respectivas licitações. A ponte reconstruída, no caso da ERS-130, deve ser entregue em oito meses; na ERS-129, além de reconstruir a pista, a EGR pretende pavimentar três quilômetros da estrada vicinal que liga Muçum a Vespasiano Corrêa, paralela à rodovia. A medida busca melhor atender ao trânsito de veículos emergenciais e à população que se desloca pela rodovia entre esses municípios.
“O foco da EGR é restabelecer os segmentos afetados, garantindo a segurança e a mobilidade da população”, afirma o diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr.
Portos e Travessias
Em Rio Grande, o Porto segue operando normalmente. Já a unidade de Porto Alegre continua com as operações suspensas. No Porto de Pelotas, o embarque de toras de madeira permanece suspenso e as atividades estão paralisadas no terminal.
Sobre a travessia para São José do Norte, o serviço de transporte de veículos está funcionando normalmente. Já o transporte de passageiros continua paralisado devido ao aumento do nível da Laguna dos Patos.
"É um momento bastante difícil que estamos enfrentando. A prioridade, agora, é o resgate das vítimas que estão ilhadas. Como autoridade portuária, estamos acompanhando a situação da unidade Porto Alegre, a mais afetada até o momento. Também estamos monitorando as unidades de Pelotas e Rio Grande, as quais estão no caminho que as águas deverão percorrer para chegar até o oceano pelos Molhes da Barra", explica o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
Já a balsa que liga Santa Tereza a São Valentim do Sul também está interrompida. A travessia foi levada pelas águas e bateu na ponte na BR-386, em Lajeado. A empresa contratada pelo Estado trabalha para que o serviço seja restabelecido o mais breve possível.
A embarcação para transporte de veículos de passeio e de carga garantiu a retomada do tráfego para a população local e a conexão entre o Vale do Taquari e a Serra, depois da queda da ponte que existia no local (levada pelas chuvas de setembro de 2023)
Aeroportos
Segundo maior terminal do interior do Estado, o Aeroporto Lauro Kurtz, de Passo Fundo, está servindo de base para o reabastecimento de aeronaves que estão atuando nas ações de resgate em todo o Estado. Como o Aeroporto Salgado Filho está fechado, o terminal de Passo Fundo se torna uma importante ligação aérea do Estado com São Paulo.
Além do aeroporto de Passo Fundo, os demais terminais administrados pela Selt (Santo Ângelo, Torres, Capão da Canoa, Canela, Rio Grande, Erechim e Carazinho) estão operando normalmente.
“O Aeroporto de Passo Fundo tem tido uma importância estratégica na ajuda aos municípios afetados pelas chuvas. Com a união de empresários e voluntários que colocaram à disposição aeronaves e helicópteros, estão saindo mantimentos indispensáveis para o atendimento emergencial a pessoas abrigadas – como alimentos, água, medicamentos e materiais de higiene”, destaca o diretor do Departamento Aeroportuário, Marcelo de Canossa Macedo.
Já o Aeroporto de Rio Grande, na Zona Sul do Estado, foi reaberto na sexta-feira (10/5). O terminal estava fechado para obras de manutenção desde o começo do ano.
“A reabertura do aeroporto de Rio Grande é fundamental para auxiliar as ações na Zona Sul do Estado, que tanto está sofrendo com as chuvas. Fizemos todos os esforços possíveis para essa reabertura, por entender a importância dos aeroportos regionais no momento”, ressalta Costella.
Nesta semana, os aeroportos de Santo Ângelo (Sepé Tiaraju) e de Passo Fundo tiveram aumento de voos regionais. O motivo é o anúncio do Ministério de Portos e Aeroportos sobre o acréscimo de mais 116 voos semanais para aeroportos regionais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, em função do fechamento do Aeroporto Salgado Filho. No Lauro Kurtz, são 16 novos voos semanais; no Sepé Tiaraju, dois.